Eis o novo artigo com a colaboração da Adriana Mattos, lá do outro lado do Atlântico.

 

Segundo os Vedas (conjunto de 4 livros Indianos milenares, que continham escritos sobre filosofias e práticas religiosas do país), o Dharma é um dos quatro objetivos da vida humana.
Vamos falar sobre a natureza desse objetivo, mas antes disso, acho importante esclarecer alguns pontos...
O termo Dharma se perpetuou até os dias de hoje, e chegou até nós aqui no ocidente, através,principalmente, da cultura da Yoga e do Budismo. O conceito de Dharma é definido de forma diferente para cada uma dessas filosofias, mas vale mencionar que a essência desse significado é muito parecida
para ambas (dependendo do ponto de vista, pode até ser considerada igual).
O fato é que não existe uma simples tradução literal da palavra Dharma. Dharma vem da raiz verbal dhr, do Sânscrito, que significa sustentar.

Na visão da Yoga

Segundo a tradição Védica ou a Yoga, viver o Dharma é viver de acordo com seu verdadeiro “eu”. É viver uma vida de autoconhecimento, é construir uma forma de viver em que você se sinta plenamente confortável e natural sendo quem é. Viver o Dharma é revelar pouco a pouco, todo o seu potencial como ser humano ou como um ser elevado. Viver o Dharma é desenvolver o autoamor, a generosidade e a civilidade.
Aqui, se olharmos mais a fundo para o que é seguir o Dharma, podemos dizer que seguir o Dharma é saber reconhecer de que forma você pode servir aos outros. O que você tem de singular, que pode (e "deve”) oferecer para beneficiar os outros?
Segundo as palavras de Deepak Chopra (livro – As Sete Leis Espirituais do Sucesso): “Todos têm um propósito de vida...um dom singular ou um talento único para dar aos outros. Quando misturamos esse talento singular com os benefícios aos outros, experimentamos o êxtase da exultação de nosso próprio
espírito – entre todos, o supremo objetivo”.


Na visão Budista

O Dharma é considerado uma das três joias do Budismo – junto com a Sangha (comunidade espiritual) e o Buda (estado iluminado).
Aqui, o Dharma seria o caminho Budista. Seguir o Dharma é seguir os ensinamentos de Buda para se chegar à libertação. Existem muitos ensinamentos dentro do Budismo, mas podemos destacar aqui que, para o Budismo, a solução para os nossos problemas está em nós mesmos - em nos autoconhecermos (através da meditação) para transmutarmos nossas ignorâncias, medos e aversões; para vivermos uma vida com mais satisfação; menos apegos materiais ou vícios; desenvolver a atenção e a empatia, e nos
tornarmos uma presença benéfica para nós e para o nosso entorno.

Unindo tudo

De certa forma o que ambas as filosofias (tanto a tradição do Yoga quanto o Budismo) têm em comum é que de certa forma, viver o Dharma é viver em harmonia com as leis naturais do universo, viver em harmonia com o “todo”. Assim, quando meditamos ou estudamos os textos sagrados, estamos nos
alinhando com essa força maior. Quando vivemos para nos tornarmos bons para nós mesmos e para o nosso entorno – vivemos o Dharma.
De forma muito simplificada, podemos dizer que viver o Dharma, é viver de forma presente e viver uma vida sustentada por propósitos e compreensões espirituais.
Dizem os sábios que “O Dharma protege a quem protege o Dharma”.

Adriana Mattos

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